O dia 28 de maio marca o Dia Nacional de Luta pela Redução da Mortalidade Materna, uma data que reforça a necessidade de olhar com mais atenção para a saúde das mulheres durante a gestação, o parto e o pós-parto. Apesar dos avanços na medicina e na assistência obstétrica, a mortalidade materna ainda é uma realidade em muitos lugares, e a prevenção depende de informação, acesso ao pré-natal e atendimento de qualidade.
Segundo a ginecologista Dra. Julia Alencar, estudiosa da saúde materna, a maioria das mortes maternas poderia ser evitada com diagnóstico precoce, acompanhamento adequado e intervenções oportunas. “Cada morte materna representa uma falha evitável no cuidado à mulher. É um problema que vai além da medicina — é também social, educacional e de acesso à saúde”, afirma.
Quais são as principais causas de mortalidade materna?
De acordo com Dra. Julia, entre as principais causas estão complicações hipertensivas, hemorragias, infecções e condições agravadas por doenças pré-existentes não controladas. “A hipertensão gestacional e a pré-eclâmpsia, por exemplo, podem evoluir rapidamente e são responsáveis por uma parte significativa dos óbitos se não forem tratadas a tempo”, explica.
Ela também destaca que fatores socioeconômicos e a falta de assistência qualificada contribuem para agravar o cenário. “Mulheres em situação de vulnerabilidade têm menos acesso ao pré-natal adequado, o que aumenta os riscos tanto para elas quanto para os bebês”, complementa.
A importância do pré-natal de qualidade
Para a ginecologista, o pré-natal bem conduzido é a principal ferramenta para reduzir a mortalidade materna. “Não se trata apenas de realizar consultas, mas de fazer um acompanhamento contínuo, identificar fatores de risco, educar a gestante e garantir acesso rápido a tratamentos ou intervenções quando necessário”, orienta.
Dra. Julia reforça que é essencial que a mulher se sinta acolhida e tenha confiança na equipe de saúde. “A relação entre a paciente e os profissionais precisa ser baseada em diálogo, respeito e informação clara. Isso impacta diretamente nos resultados”, afirma.
Um chamado para toda a sociedade
Segundo a médica, reduzir a mortalidade materna é uma responsabilidade coletiva. “Não basta agir apenas durante o parto. É preciso garantir educação em saúde, acesso a serviços básicos, respeito aos direitos reprodutivos e combate à violência obstétrica”, destaca.
Para Dra. Julia, o Dia 28 de maio é, acima de tudo, um lembrete de que cuidar da vida das mulheres é cuidar do futuro. “Uma sociedade que valoriza a vida materna investe na saúde, na equidade e na dignidade humana”, conclui.
Sarah Monteiro de Carvalho 994985286 [email protected]